A URBANIZAÇÃO BRASILEIRA | FICHAMENTO DE OBRAS

Milton Santos nasceu no dia 3 de maio de 1926, em Brotas de Macaúbas, no estado da Bahia. Em 1948 formou-se em direito pela Universidade Federal da Bahia, mas não exerceu a profissão. Ao invés disso foi professor de Geografia nas escolas de Ensino Médio no estado.

Apaixonado pela Geografia, Milton Santos teve a oportunidade de estudar na França, onde obteve o doutorado na área pela Université de Strasbourg em 1958. Foi colaborador do jornal A Tarde, de Salvador, e da Folha de São Paulo entre 1954 e 1964.

Sua postura crítica e preocupação com as questões sociais e de desigualdade o levou à prisão em 1964 por ser considerado inimigo do regime militar que acabara de se instalar por ocasião do golpe. Após ser solto, deixou o Brasil e trabalhou em universidades na França, no Canadá, nos Estados Unidos, na Venezuela e na Tanzânia.

Em 1977 retornou ao país e no ano seguinte ingressou como professor na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Em 1979 se tornou professor na Universidade do Rio de Janeiro, onde ficou até 1983. Desde então, foi professor na Faculdade de Geografia da USP até se aposentar.

Milton Santos recebeu diversos títulos em reconhecimento ao seu trabalho. Foi Doutor Honoris Causa nas universidades de Toulouse da França, de Buenos Aires da Argentina, de Madrid e de Barcelona na Espanha, além de tantas outras espalhadas pelo Brasil. Também recebeu o título de professor emérito da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP em 1977 e o prêmio Vautrin Lud, considerado o Nobel da Geografia em 1994.

Santos deixou uma vasta obra, com livros escritos entre 1953 e 2000. Entre os principais, eu destaco “As cidades nos países subdesenvolvidos”, de 1965, “O trabalho do geógrafo no Terceiro Mundo”, de 1978, “A pobreza urbana” no mesmo ano e o que eu considero sua grande obra “Por uma outra Globalização”, de 2000.

Falecido em 24 de junho de 2001, Milton Santos nos deixou um grande legado, não só para a Geografia, como para a intelectualidade brasileira. Integrante do movimento da chamada Geografia Crítica, Santos defendeu uma ciência que buscasse as transformações, renovou o método de análise geográfico e se tornou referência no mundo inteiro.

E, para encerrar, trago uma citação do autor, que questiona os tempos atuais: