A URBANIZAÇÃO BRASILEIRA - PARTE 09 | FICHAMENTO
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SANTOS, Milton. A URBANIZAÇÃO BRASILEIRA. 5. ed. São Paulo: Edusp, 2013.
TENDÊNCIA À DESMETROPOLIZAÇÃO?
“Levando em conta uma desagregação maior da população urbana segundo o tamanho dos aglomerados, isso pode levar-nos à conclusão de que, paralelamente ao crescimento cumulativo das maiores cidades do país, estaria havendo um fenômeno de desmetropolização, definida como a repartição, com outros grandes núcleos, de novos contingentes de população urbana.” (p. 91)
As últimas décadas assinalaram a redução do peso das regiões metropolitanas no conjunto da população urbana no Brasil. São Paulo e Rio de Janeiro possuíam dois terços de toda a população entre as nove regiões metropolitanas oficiais na década de 1940. Proporção que caiu de 26,24% para 18,69% da população urbana do país entre 1940 e 1970.
Estamos em processo de redistribuição da população urbana, com queda no crescimento de São Paulo e Rio de Janeiro e incremento maior em outras regiões metropolitanas. Em 1991 as regiões metropolitanas oficiais compunham 28,88% da população brasileira, enquanto os municípios com mais 500 mil habitantes possuíam 26,19% e as cidades com população superior a 100 mil perfaziam 47,76%. Segundo Santos,
“Os dados do recenseamento de 1991 permitem verificar que em seis das nove regiões metropolitanas, há evolução positiva de sua parte relativa na população brasileira total; já na região metropolitana do Recife há estagnação, na de São Paulo, pequena baixa, e na do Rio de Janeiro, diminuição considerável.” (p. 96)
Desde os anos 1970, há uma tendência de aumento da quantidade de cidades médias, que saltou de 33 para 85, e de grandes cidades médias, que foi de 14 para 25. As cidades milionárias, no entanto, apresentaram baixo crescimento no período. Eram 10 em 1980 e 12 em 1991. Para o autor,
“Esses resultados, indicativos de uma nova tendência, isto é, de aglomeração da urbanização em outro nível, parecem confirmar a tendência a que estamos aludindo, isto é, a uma desmetropolização que se verifica em paralelo com a permanência do fenômeno de metropolização.” (98)
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