O TERRITÓRIO BRASILEIRO: TRANSFORMAÇÕES NO SÉCULO XIX | TEXTOS | GEOGRAFIA
COMPATÍVEL COM O PLANO DE AULAS "A FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO"
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A vinda da família real para o Rio de Janeiro foi o grande divisor entre o Brasil Colonial e o Brasil independente. Ao decidir governar todo o império Português a partir do daqui, o então regente D. João, que mais tarde seria coroado como D. João VI, promoveu uma série de medidas que dariam mais autonomia à então colônia portuguesa na América recém elevada à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves.
A abertura dos portos brasileiros às nações amigas, sobretudo à Inglaterra, quebrou o antigo pacto colonial e o clima constante de vigilância no Brasil. Isso permitiu que se pudesse comercializar mercadorias diretamente com outras partes do mundo sem ter Portugal como intermediário. O poder da elite comercial brasileira se elevou e, aliada às outras mudanças, a abertura dos portos pavimentou o caminho para independência do Brasil em 1822.
Já emancipado de Portugal, o país começou um processo de transformação de sua mão de obra. Sob pressão da Inglaterra, então mais poderosa nação do mundo, o Brasil se via obrigado a extinguir em seu território o trabalho escravo, pilar da economia colonial. Esse processo se inicia com Lei Eusébio de Queiroz, que proibiu o tráfico de novos escravizados para o país, e termina com a assinatura da Lei Áurea, que extingui oficialmente a escravidão no Brasil.
Ao mesmo tempo, houve um grande incentivo para a entrada de imigrantes no país. Mas não qualquer imigrante. Os favoritos eram aqueles vindos da Europa, fugindo da fome, miséria e exploração do trabalho industrial em seus países de origem. Italianos, Alemães, Poloneses, entre outros, vieram para trabalhar nas fazendas de café em substituição aos ex-escravizados abandonados à própria sorte com a abolição do trabalho escravista. Tal substituição também era alimentada por um ideal racista por parte da elite brasileira, que pretendia embranquecer a população do país.
O século XIX também foi marcado pelo início da cafeicultura. Inicialmente concentrada no Vale do Paraíba entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, a produção se expandiu tomando o interior de São Paulo criando a poderosa região do Oeste Paulista. O desenvolvimento da cafeicultura demandou a implantação de grande infraestrutura com transporte ferroviário, um sistema financeiro e bancário e a integração da região à economia mundial.
Vilas e cidades surgiram. As áreas próximas aos cultivos, sobretudo a cidade de São Paulo, passaram a concentrar as atividades industriais. A capital paulista experimentou enorme desenvolvimento e se converteu no principal polo econômico do país. Na virada do século XIX para o século XX, São Paulo já contava com cerca de 1 milhão de habitantes, número elevado para a época.
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