A TAXAÇÃO DOS SUPER RICOS E A ALIENAÇÃO | ATUALIDADES
Após a primeira etapa da tão discutida reforma tributária, que unifica os impostos sobre produção e consumo, ser aprovado na Câmara dos Deputados e ir ao Senado, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou em entrevistas recentes que o próximo passo será taxar os super ricos por meio das fortunas, heranças, lucros e dividendos aliviando, assim, os mais pobres e os que mais pagam impostos no país.
Quando estes super ricos, que representam 1% da população brasileira, viram alvo dos debates sobre uma possível tributação, sempre aparecem os críticos, defendendo os interesses de uma classe onde eles não estão inseridos. Trata-se de uma classe média, normalmente composta por pequenos e médios empresários ou assalariados que ganham a partir de 4 salários mínimos.
Ela não se vê como parte da grande massa de trabalhadores e produtores do país. Em sua mentalidade, estão acima dos mais pobres, que habitam as periferias ou lhes prestam serviços, seja na empresa ou em casa como trabalhadores domésticos. Um apartamento em um bairro nobre colado com a favela e uma carro caro comprado à prestação os fazem se sentir maiores do que os meros mortais.
Mas a classe média, que acha que joga junto com a elite - aqueles 1% citados acima -, na verdade é apenas o mordomo ou cão de guarda dela. No banquete da riqueza, a classe média está servindo as mesas enquanto os membros do topo da pirâmide de esbaldam. Mas, apesar de ter acesso apenas aos restos da farta refeição dos banqueiros, grandes rentistas e mega empresários, a classe média protege com unhas e dentes o jantar de seus senhores para que os excluídos não se aproximem.
Essa proteção se dá por meio da mídia burguesa, que nos faz odiar ladrão de celular e amar o banco que toma nossas casas; por meio da polícia que existe para servir e proteger (o patrimônio); e através da tributação, que tira da classe média uma boa fatia de seus rendimentos, dos pobres o pouco que têm e quase nada dos super ricos.
Alienados, pobres e classe média brigam entre si enquanto a elite assiste. Depois, ela premia o vencedor momentâneo, para dar a ilusão de meritocracia, que nos dá esperança e nos mantém lutando enquanto recebemos migalhas.
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