PEDAGOGIA DA AUTONOMIA - PARTE 12 | FICHAMENTO

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FREIRE, PAULO. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 49. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.


ENSINAR EXIGE LIBERDADE E AUTORIDADE

“O grande problema que se coloca ao educador ou à educadora de opção democrática é como trabalhar no sentido de fazer possível que a necessidade do limite seja assumida eticamente pela liberdade.” (p. 103)

As formas licenciosas de comportamento são vistas como distorção da liberdade e, muitas vezes, resultam do equívoco do educador ao confundir autoridade com autoritarismo. Tal impressão ameaça o clima do espaço pedagógico permitindo a indisciplina, fruto de uma liberdade mal centrada. Ao não reconhecer os limites da liberdade, tanto pelo educador quanto pelo educando, o funcionamento da aula se vê prejudicado.

Freire defende a liberdade com limites eticamente assumidos, exercida pela tomada de decisões permitindo que o aluno assuma o próprio futuro, experimentando as consequências. Claro que tal exercício necessita da participação e orientação dos pais sem que os mesmos imponha suas decisões ou decidam pelos filhos. Por isso, ele afirma que,

"A posição da mãe ou do pai é a de quem, sem nenhum prejuízo ou rebaixamento de sua autoridade, humildemente, aceita o papel de enorme importância de assessor ou assessora do filho ou da filha." (P. 104)

A construção da autonomia do educando se dá por meio das experiências vividas por ele, resultando em inúmeras decisões tomadas. Esse processo depende do conhecimento dos seus direitos e deveres, num processo de amadurecimento contínuo e permanente, promovido pela tensa relação entre autoridade e liberdade. No entender de Freire,

"É nesse sentido que uma pedagogia da autonomia tem de estar centrada em experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade, vale dizer, em experiências respeitosas da liberdade." (p. 105)


ENSINAR EXIGE TOMADA CONSCIENTE DAS DECISÕES

Além de colaborar para a construção da autonomia, a educação deve ser vista como forma de intervenção. Essa intervenção pode ser progressista em busca de mudanças, mas também pode ser reacionária pretendendo manter a ordem estabelecida. Seja qual for sua posição, ela exige coerência e não escapa à politicidade, já que a neutralidade não existe. Paulo Freire reforça isso ao afirmar que,

"E é impossível não porque professoras e professores ‘baderneiros’ e ‘subversivos’ o determinem. A educação não vira política por causa da decisão deste ou daquele educador. Ela é política." (p. 108)

A politicidade da educação está enraizada na educabilidade do ser humano e sempre presente na tomada de decisões. Essa politicidade pretende o respeito aos professores e estudantes ao mesmo tempo que cobra esse respeito por parte da administração. A politicidade é a chave para superar as injustiças vividas contrapondo-se à sua reprodução ao demonstrar possibilidade de uma realidade melhor. O autor deixa isso claro quando escreve que,

"'Lavar as mãos’ em face da opressão é reforçar o poder do opressor, é optar por ele. Como posso ser neutro diante da situação, não importa qual seja ela, em que o corpo das mulheres e dos homens vira puro objeto de espoliação e de descaso?" (p. 109)

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