A REGIONALIZAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO | TEXTOS | GEOGRAFIA

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Regionalizar é o mesmo que dividir um território em regiões e, uma atividade própria do geógrafo. Uma região é uma parte do espaço cujos componentes são semelhantes entre si, mas diferente das partes que estão fora. Para regionalizar, podemos adotar critérios diversos, ou seja, que elementos do espaço serão agrupados. Normalmente, as regionalizações se baseiam em critérios naturais, socioeconômicos, entre outros.

É muito importante regionalizar um território. Para a administração pública, pensar em regiões permite maior compreensão do espaço e possibilita a identificação mais ágil de locais que precisam de intervenção, facilitando o planejamento e a execução de projetos diversos. Compreender o espaço também fica mais fácil se ele estiver dividido em regiões. Por meio delas, podemos conhecer as particularidades do território e analisar as potencialidades do país, além de ajudar na especialização em determinada área do espaço.

Diversas formas de regionalização do Brasil foram concretizadas ao longo do século XX. Nelas considerou-se as características físicas, sociais e econômicas de cada estado. As discussões sobre a regionalização do país se fizeram necessárias diante da crescente desigualdade, impulsionada, sobretudo, pela industrialização e urbanização das últimas décadas. Ao longo desse período, tivemos regionalizações oficiais propostas pelo IBGE e também sugestões de pesquisadores e estudiosos.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, foi criado em 1936, com a tarefa de levantar dados e informações sobre o país em todos os aspectos, dando para a administração e para sociedade um raio-x do Brasil. Coube a esse órgão, também, regionalizar o território brasileiro oficialmente.

A primeira divisão regional oficial data do ano de 1942. Utilizando critérios de proximidade geográfica entre os estados e os aspectos naturais e condições socioeconômicas de cada um deles, chegou-se a 5 grandes regiões: o Norte, o Nordeste, o Centro, o Leste e o Sul.

Diante das transformações promovidas pelo processo de urbanização e industrialização do país, em 1969 foi proposta uma nova divisão regional, repartindo o país em 5 macrorregiões, sendo elas a Norte, a Nordeste, a Sul, a Sudeste e a Centro-Oeste.

A atual divisão regional oficial do Brasil, que utilizamos nas escolas, foi consolidada pela Constituição de 1988. Baseada na regionalização de 1969, ela foi alterada pelas modificações na divisão política em nosso país. Os territórios de Roraima e do Amapá foram elevados à condição de estados e passaram a integrar a Região Norte. O Território de Fernando de Noronha passou a integrar o estado de Pernambuco, na Região Nordeste. O estado de Goiás, membro da Região Centro-Oeste, foi desmembrado de sua porção norte, sendo criado o estado do Tocantins como parte da Região Norte. Antes dessas mudanças, o estado do Mato Grosso do Sul foi criado em 1977, integrando o Centro Oeste.

Outro exemplo de divisão regional do Brasil é a que divide o território em complexos regionais ou regiões geoconômicas, proposta na década de 1960 pelo geógrafo Pedro Geiger. Ela tem como critérios os níveis de desenvolvimento no território e o histórico socioeconômico de cada região.

Geiger definiu três grandes complexos regionais: a Amazônia, o Nordeste e Centro-Sul. O curioso é que, ao contrário das regiões do IBGE, a fronteira entre cada complexo não obedece necessariamente as divisas entre os estados, de forma que um estado pode ter partes em regiões diferentes como ocorre com o Mato Grosso, que tem partes na Amazônia e no Centro Sul, Minhas Gerais, com partes no Centro sul e no nordeste e o Maranhão, que se divide entre os três complexos regionais.

Temos também a proposta elaborada por Milton Santos e Laura Silveira, que divide o Brasil em quarto grandes regiões com base no meio técnico-científico-informacional. Temos, assim, as regiões Amazônia, Nordeste, Centro-Oeste e Concentrada. Esta última reuniu os estados do Sul e do Sudeste, como as áreas com maior concentração de população, capitais, serviços, tecnologias e informações.


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